Difícil não é saber o que quero, difícil mesmo é saber o que preciso e quando preciso. Tudo que faço é com o intuito de ser feliz e fazer as coisas corretamente como manda as boas regras sociais... Busco viver conforme acredito ser aceitadamente por todos que estão ao meu redor. Parece ridículo, mas às vezes faço mais do que querem e esperam, do que meu desejo ordena.
Minha conduta encontra-se numa interface entre o que para muitos é o mais correto e o que para mim representa viver... Sou completamente vulnerável a qualquer opinião quando a mesma põe em dúvida as minhas virtudes, embora tenha convicção de que muitas delas são mentirosas e outras super dimensionadas.
Passei toda minha vida tentando encontrar uma chave para minhas indagações sobre amor, amizade, religião, profissão, hobbies, costumes, manias, comportamentos, sexo, casamento, traição. Passei boa parte de minhas horas de folga tentando imaginar como agiria diante de uma ou outra situação... Que cara faria pra expressar minha felicidade diante de datas importantes que estavam por vir, e outras que ainda não faziam parte do meu calendário, mas que certamente entrariam no mesmo um belo dia.
Fiz grandes coisas sem importância, pequenas coisas significativas. Fiquei feliz sozinha, fui feliz com muitos... Abracei, beijei, amei, odiei, detestei, perdoei, odiei novamente, fui feliz mais uma vez. Tudo com muita intensidade!
Naturalmente intensa...
Conheci muita gente, fiz grandes amigos, os amei muito e fui amada por eles... Uma troca sem obrigações, espontaneamente. A felicidade sempre esteve aqui face a face com minha necessidade de estar só. Só com minhas letras, revistas, livros, bagunças intermináveis, lágrimas infundadas e com fundamentos, manias, solidão...
E agora?
Agora tudo muda. Muita coisa não existe mais. Algumas pessoas foram embora. Muitas por decisões próprias, outras por força maiores... Alguns costumes mudaram. Algumas manias não existem mais. Precisei mandar a ilusão de felicidade ir embora, para assim encontrar a paz que necessitava. Precisei buscar dentro de mim uma sensatez que pouco tive durante os anos anteriores. Necessitei mais uma vez ser racional quando desejei ser inconseqüente, emotiva, apaixonada...
Muita coisa permanece...
Pessoas importantes, família como base e topo na pirâmide de minha vida, livros preferidos, os números que sempre me fascinaram, o gosto pelo café tradicional de minha mãe, a sensibilidade em dias difíceis, o choro sem consolação quando o mesmo se faz necessário, a vontade de realizar os sonhos que sempre tive, o amor incondicional à verdadeira amizade, o gosto pela boa música, bagunças intermináveis, sonhos incalculáveis... A crença de que há um Ser Superior (DEUS), que nos segura nos braços quando, por fragilidade diante dos obstáculos, não conseguimos prosseguir...
Acredito...
Nas dificuldades imposta pelo cotidiano como provas para o crescimento interior, nas regras sociais como fuga para muitos que não conseguem ter uma boa conduta de forma natural e precisam de um manual de instruções, nos dólares nas cuecas de políticos brasileiros como um retrato da nossa incompetência e falta de consciência na hora de escolher nossos governantes, na violência como retrato da desigualdade social e do descaso dos dominantes...
Enfim...
Tudo que vivemos, que sofremos, servem de suporte para sustentar o que somos, em quem nos transformamos. Sou o que construir... Se sou bom o ruim não importa. Essa é minha construção.
Cada dia tenho a possibilidade de construir mais um pouco, de tentar consertar o que não está agradando e remodelar o que não me faz bem... Mas de uma coisa tenho uma certeza incontestável: A vida é simplesmente maravilhosa e deve ser vivida de forma muito intensa.
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